O UNIVERSO DE CLARICE COM MUITA SIMPLICIDADE
IT definitivamente não é uma peça convencional. Tampouco deve ser assistida uma única vez. Funciona como ler uma obra de Clarice Lispector: é preciso ler, reler, grifar os melhores trechos...
A peça é assim: precisa ser digerida. As atrizes, modestas, questionam com simplicidade e intensidade. Somente se percebe a intensidade com a força da palavra. Não a forma como ela é dita, mas o significado que ela tem.
A direção de Marina Viana é peculiar, mas nada clichê. É feminina, vanguardista. As frases usadas não são soltas. Não são ditas em vão.
Mas é preciso conhecer a cereja do bolo de Clarice para entender a peça. Metáforas são utilizadas, trechos são interpelados ao público como questionamentos. Ou seja: é uma peça para pensar.
Porém, contudo, entretanto, todavia, a estrutura do anfiteatro do Pátio Savassi é precária, para não dizer horrível. E os funcionários das lojas ao lado, nada compreensivos. Não desligaram o som tunzt tunzt das portas. Não falaram baixo. E algumas crianças passaram correndo, e chegaram a bater na porta do teatro (cadê as mães desses pequenos projetos?). O som vazado dá entrada a buzinas, risadas e muita baboseira. Ou seja: peça boa, teatro ruim.
Ah, tudo bem. Compensa começar com Clarice e terminar com um lindo poema de Ferreira Guillar.
Quando você for, moça branca, como a neve, me leve!
IT pertence à Campanha de Popularização do Teatro e ficará em cartaz até dia 1 de fevereiro - segunda a quarta, sempre às 20:30. Ingressos a venda nos Postos Sinparc.
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