Loucura. Essa é a primeira sensação ao assistirmos O LUSTRE. O cenário, numa cor branca desbotada, dá a impressão de sujeira, abandono. Os atores, com roupas íntimas também do mesmo tom, que somente é quebrado pela lingerie vermelha da atriz. Alguns objetos pretos em cena e uma mala.
O cenário, seria um hospício? Não... aliás, não se sabe o que é interessante tentar desvendar o local.
Em poucos minutos, os atores transformam aquele ambiente frio em um local borbulhante. Frases bem feitas e bem construídas, retratando a vida de um homem e uma mulher. Ou de uma loucura sociologicamente construída.
A interpretação fica por conta do público. São namorados? Casados? Amigos? Desconhecidos? Ou somente loucos? Somente... seria realmente errado colocar esta palavra aqui. Pois SOMENTE a loucura foi capaz de transformar a peça numa inteligente risada.
No decorrer, os atores interagem com o público e provocam questionamentos, como, por exemplo, quando a atriz se aproxima das pessoas, se senta ao lado delas e pergunta por que elas ficam sem graça, afinal, ela que está seminua. Sim, há uma provocação de "valores criados" pelo senso comum, pela televisão e pelo besteirol.
Não tem como não rir. E também é impossível sair sem questionar. Realmente somos loucos? Realmente somos fruto do que pensamos, sentimos, dizemos?
A sociedade é um lustre preste a cair, tamanha quantidade de cocozinhos de mosquitos que vão se acumulando. Quanto mais, maior o risco. E o que são esses cocozinhos? Nossa hipocrisia? Nossa cegueira diante da vida que se abre à nossa frente?
Será que queremos acumular cocozinhos, aumentando o risco de cairmos no vazio? É bom pensar E é bom rir pensando...
O LUSTRE estará em cartaz na FUNARTE até o dia 22 de janeiro (sexta a domingo às 20h)
ingressos a venda nos postos SINPARC (R$ 5,00)
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