:.À FLOR DA PELE:.

Pensando e pensando e pensando e pensando... Não sei porque e nem sei até quando.
Minha mania maluca de escrever e, agora, de publicar.

Eu simplesmente cansei. Cansei de tudo. Nada é como eu sonhava quando criança. Eu até tinha sonhos bizarros como ter uma casa de doces como João e Maria ou transformar a casa do playmobil na minha própria casa. Mas eu também tinha sonhos próximos à concretude. E esse sonhos... bom, não compensa eu escrever nada sobre eles aqui. Soará fracasso, e não é. Simplesmente eu tomei decisões diferentes achando que seriam boas. Algumas foram bastante. Outras, nem tanto. Mas como Clarice, eu vivo tentando consertar os erros na ânsia de acertar. Seria isso o certo?

Fui a um espetáculo do Marcelo Gabriel e saí inebriada por uma brisa imaginária e um soco no estômago cheio de farinha de trigo. Sim, foi excelente. Um dos melhores que já assisti na vida. Uma imersão na podridão interna absoluta. Saí se lá pensando "poxa, esse cara tem a manha. Ele fez tudo aquilo que eu penso".


Assim como este espetáculo, assisti outros que me marcaram demais... E tive vontade de me jogar no palco e engolir tudo aquilo num ritual puramente antropofágico.
Eu sou uma pessimista lúdica. Sou uma devota das artes e prezo pelo bom senso e pela solidão das palavras. Ouço conselhos de Clarice, de Rosa, de Machado, de Kundera. Tenho medos infinitamente mais sublimes que a violência de um axé, como avião e agulha.
Sou uma celíaca voraz e uma hipertensa sem causa. Não me aflige ir ao teatro sozinha, mas me sinto sozinha e sem cérebro numa peça besteirol.
Sou tão humana quanto foi Fernando Pessoa, mas também me recrio. Necessito ficar só para lamber minhas feridas e, como uma aranha, trocar de pele. Tenho medo de pessoas mornas, elas me soam a vômito. Tenho ânsia por banhos de banheira e não confio no mar. Eu planto meu jardim e não tenho o costume de decorar minha alma. Sim, eu já me mandei flores.
O meu Deus dança e tem senso de humor. Sei meu ridículo e meu impossível. Tenho labirintos internos impenetráveis e amo cachorros mais do que qualquer ser humano.
Sou eu sem nome e de costas para minha face.
Sou facínora, víbora, tarântula, negra.

Não tenho papas na língua e tampouco paciência com filas, incoerências, incompetência, ignorância e pobreza de espírito.
O teatro me completa e a dança me recicla. Danço menos do que gostaria. A sapatilha é meu melhor sapato. Gosto de inverno e sopa quente. Arte neoconcreta me devora.

E assim, sou... incompleta, chata e implicante.
Mas nada vazia...
















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