13 de jan. de 2013

Nebulosas e calmarias...

E quando entra em ação a ansiedade e o stress, surgem os turbilhões internos... 


Assim, depois do vendaval que passou pela minha cabeça no primeiro dia útil do ano, com duodeno e cabeça brigando pela maior dor, consigo um pouco de sossego quando escrevo meus projetos.

E com tantos assuntos, me perco e me acho em meio a palavras, papéis, horas a fio, 3 garrafas d'água espalhadas pela mesa e muitas mensagens e telefonemas. Quando não raciocinava mais, exausta e com a ansiedade no auge, procurei por alguma coisa. Não sabia o que era. E nestes momentos, não é qualquer coisa que serve. Buscava preenchimento aonde? 
Pensei em vários lugares que pudesse descansar. Não, não estava em minha casa. Não vinha nada em mente. Sabia somente o que não queria: restaurante, praça ou cinema não ia dar certo. Estava chovendo, e não estava com fome.

Quando surge o namorado no quarto, vê a minha cara de deserto, pega minha mão e diz: "Vem, vamos sair". 
Me levou para a sobreloja do Maletta, Arcangelo. Encontramos um sofá gostosíssimo numa parte tranquila, som legal e gente bacana. Decoração deliciosa e clima com frescor de verão com arte contemporânea. Bom de descansar e expandir. Bebericamos uma bebida a base de suco de melancia e tequila. A calmaria começou a chegar.

Percebi que estava no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa... 

Até que enfim uma boa resolução de começo de ano! E que venha 2013! com aquele sabor cítrico que deixa tudo com adrenalina!

Momento Eureka
1 de jan. de 2013

Desabafo sobre a (in)tolerância...



__ O presente da minha amiga oculta não tem glúten!

E todos riem! Claro, tenho que entrar na onda também, para não ganhar mais uma lavada. E uma brincadeira boba mostra até onde não vai a (in)tolerância humana. Qualquer defeito, problema, doença ou estilo diferentes torna-se uma aberração digna de Homem Elefante em circos demoníacos. 

E assim, a Mulher Elefante pega seu presente e esquece o assunto. 

Mas não há que esquecer. A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a constância em suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a função de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de atitudes sociais impróprias ou erradas. Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e se apresenta como algo positivo. Esta é uma atitude social ou individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente.

Somos seres sociais. Diferentes. Não fomos produzidos em séries, não temos, na família, um ISO de qualidade absoluta. E isso nos faz humanos. 
Fiquei pensando em qual poderia ser outro "defeito" ou "problema" que fosse oposto à tolerância. 

Se fosse, um cego, seu presente teria olhos? Ou um diabético, teria açúcar? 
Por que é tão impossível tolerar?    

Tolérance n’est pas quittance, que  traduz por: "Tolerância não é liberdade total..."

Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco. Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: - Vai gastar o... Um dia ele perdeu a paciência e matou o importunador. Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel. O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: - Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não agüentou dez minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos... 
Nestes casos, pode valer o provérbio: "Não seja intolerante a menos que você se confronte com a intolerância".

Existem Bolsonaros por toda parte. E ai daquele que se diz diferente. Será colocado no palco do Homem Elefante.

E assim vamos passando pelo sou-fria sofria. 

E pior: carregar as heranças genéticas que nos fizeram diferentes. As heranças que estão dentro de cada um, e que se manifestam em poucos. 

Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância, dizia Dalai Lama.  

E assim, vamos praticando nas risadas amarelas a tolerância com os intolerantes. 

Nenhuma qualidade humana é mais intolerável do que a intolerância.
Giacomo Leopardi