26 de mar. de 2012

.:isso que chamamos, talvez por engano, de amor:.

O fim da linha, do apego, do outro. 

Terminar um relacionamento não é tarefa fácil. Quando se mora junto então, torna-se algo complicado e a sinestesia das horas ficam indigestas e cheirando azedo. 
E assim é a atmosfera do espetáculo ISSO QUE CHAMAMOS, TALVEZ POR ENGANO, DE AMOR. A CIA DRÁSTICA entra no universo de Caio Fernando Abreu e mostra um casal separando os pertences e discutindo o indiscutível: o fim de uma relação desgastada.
 No fim de um relacionamento, parece que beijo é melhor, o abraço é mais aconchegante, as brigas são mais densas e, por vezes, cheias de farpas desnecessárias.
E dentro de um apartamento aquela peça acontece, como se os espectadores fossem mosquinhas naquele universo. Num clima mais fiel possível, a dupla de atores Carloman Bonfim e Ludmilla Ramalho tentam se desvencilhar querendo se enroscar mais. 
Trocam palavras cruéis, mas sempre com a necessidade do outro. O triste e difícil rompimento que teima em não ser amigável. 
Os atores usam todo o apartamento, tornando-o extremamente familiar. Entramos de cabeça na atmosfera da perda e da re-descoberta do eu sozinho. 
E assim a trama corre. Corre num tempo longo e cheio de sofrimento. É difícil admitir que não deu certo e se enxergar sozinho no mundo. Mais difícil ainda é admitir que o OUTRO não é alicerce de vida nenhuma. O OUTRO não é metade da laranja e nem tampa de panela.
O OUTRO É SIMPLESMENTE O OUTRO. 
As incompletudes não são sanadas pelo OUTRO, tampouco as carências.
E assim, os atores vão interpretando os rompimentos e as mazelas sentimentais de tal forma que nos deixam inebriados no ambiente sutil de um apartamento, com barulhos de vizinhos e cachorros. 

Vale a pena assistir... se emocionar e torcer para um final, quem sabe, feliz!

Lembrando que, como a peça é em um apartamento, o público é de, no máximo, 10 pessoas! E como está fazendo sucesso, o grupo apresentará novamente essa semana! Mais informações, liguem para  9782-6276. O endereço, no Santa Efigênia, somente pode ser revelado por telefone!!!

25 de mar. de 2012

.:DRESSUR + PLAY IT AGAIN:.

 Sam, please!!!

Sempre fui fã do GRUPO OFICCINA MULTIMÉDIA. Inovador, o grupo sempre surpreende no Verão Arte Contemporânea. 
Em janeiro, tive o prazer de assisti-lo no espetáculo estrante PLAY IT AGAIN. Mas achei tão surpreendente, que não tive coragem de escrever... Tive que assistir novamente para sentir toda a sinestesia do espetáculo com os olhos vidrados.
Ele não é espetáculo para assitir uma úniva vez. é para colocar o rol de prioridades artísticas. 
Primeiramente, temos o prazer de assistir o GRUPO DE PERCUSSÃO DA UFMG, que apresentam DRESSUR. Nesta obra do argentino Mauricio Kagel, os músicos executam fielmente uma partitura de sons, ações diversas, utilizando-se de instrumentos musicais e objetos sonoros não convencionais.
Como não sou uma expert em música, assisti a primeira vez e fui pra casa estudar. 
Dressur, em alemão, significa ADESTRAMENTO. Por isso, o espetáculo é tão supreendente. Numa sequencia de sons vindos dos mais diversos objetos e instrumentos, os músicos se interagem de forma adestrada, uns obedecendo os outros. Uma vez cínicos, outras marionetes, outras apáticos. Mas sempre adestrados. 
Forte, magnético e questionador. Assim eu defino DRESSUR. Assistir novamente foi uma experiência fantástica!

Depois, o GRUPO OFICCINA MULTIMÉDIA se junta aos percussionistas no espetáculo PLAY IT AGAIN. Em uma homegagem ao filme CASABLANCA, o que se espera primeiramente é a frase "We'll always have Paris".
Mas não. O Grupo foi além do clichê romântico e se jogou na contemporaneidade.
Nem um pouco piegas, o grupo se inspira na cena em que Ilsa pede a Sam que toque e cante novamente TIME GOES BY
Num jogo de sons e movimentos sincronizados, o grupo percorre o palco fazendo sempre uma referência ao filme e à cena.
Os trocadilhos usados, os movimentos muito bem ensaiados, os sons do grupo de percussão, os vídeos e as fotos formam um espetáculo delicioso de assitir. 
VALE A PENA!
e com certeza, assistirei pela terceira, quarta, quinta, sexta, sétima vez...

e para não passar em branco, fica a dica para o GRUPO OFFICINA MULTIMÉDIA: 

PLAY IT ALWAYS AGAIN!!!





11 de mar. de 2012

.:ENTRE:.

E FIQUE À VONTADE....

Primeiramente, clique AQUI para ler este post!


Sair de casa no sábado à noite para assistir a Mimulus é um ótimo programa. Ainda mais quando tem espetáculo novo.
Sempre inovadores, fiquei pensando: "o que mais falta para inventar"? Para, ao final, ter a certeza de que sempre é possível inventar e inovar mais e mais.

ENTRE é um convite ao feminino. No palco, uma plataforma rosa que, num primeiro momento, faz as vezes de um gigante disco de vinil que, quando os bailarinos a tocam, provocam interferências nas músicas. Algo muito bem pensado! Em outro momento, a plataforma vira uma cama para uma bailarina contemplar PIAF. Depois, ela vira um objeto andante no palco capaz de entrar nas coreografias de uma forma muito original.

Num estilo "O PODEROSO CHEFÃO", os figurinos são chiques, sóbrios e tem um toque blasé. Uma mistura brilhante de New York e Paris. Uma mescla de Louis Armstrong e Edit Piaf.
Mas, bem diferente de um Dom Corleone machista, as mulheres dão o toque e a ordem.Uma espécie de "máfia às avessas" bem classuda.

Com interferências teatrais e circenses, à lá O ARTISTA, os bailarinos choram, riem, beijam... Como num cinema mudo. Mas muitos beijos singelos nas bochechas, o que deixou a platéia esperando mais. Sim, por ser bem feminino, poderiam ter abusado dos beijos sem serem piegas nem escrachados. Faltou a sinestesia do toque. Os beijinhos trocados ficaram chatinhos e parecendo infantis no universo altamente sensual do jazz.

Também faltou dança. Poucas coreografias executadas no chão e muitas pegadas. Mulher pra cima, mulher pra baixo, mulher pulando, mulher correndo. Ficou acrobático demais.

Mas, como sabemos que é estréia, sempre há mudanças. Escrever sobre um espetáculo estreante não é fácil, quiçá executá-lo.

A MIMULUS continua incrível e, para deixá-los com vontade de assistir ao espetáculo, deixo algumas músicas da trilha para vocês!

ALL I COULD DO WAS CRY
 SOLITUDE
TRY A LITTLE TENDERNESS
I PUT A SPELL ON YOU
AT LAST

Mas não vou colocar toda a trilha aqui.. Vou deixá-los na vontade! ENTREM NO ENTRE! E deliciem-se na magia do feminino!