15 de jun. de 2012

.:Ele é Flamengo e tem uma nega chamada Teresa:.

Cazuza já dizia que morrer não dói. 
Será?

E quando me deparo com um corpo cansado, penso que aquela alma que ali habita precisa aproveitar cada segundo sinestésico da vida: sentir o cheio da música, o sabor da poesia, a cor do vento, a doçura da voz, o calor do abraço e, inclusive, sentir o vazio mais íntimo do ser e perceber que corpo e alma não se confundem, apenas se misturam por um período de tempo. E que sim, tudo que é sólido, um dia, se desmancha no ar.

E assim, temos que nos acostumar com a imaterialidade do ser e com a imensidão da alma. 

Mas o corpo daquele homem está indo embora aos poucos. Ele chora, ri, se emociona, se conforta, dorme, come, toma remédio...
Ele sabe que as sinestesias são muitas, mas o tempo é pouco. Pouco para o corpo. Muito para a alma.

Já sinto um pouco da sua alma tomando conta do mundo. E já sei que, no dia da passagem, estarei feliz por saber que ele fez a diferença: com sua alegria, criou aviõezinhos de madeira lindos, gravou meus choros na infância (e guardou todas as fitas), espalhou seu amor pelos quatro cantos (e seu mau humor também). Ah sim, ele é flamenguista convicto e se casou com a Teresa!!! E ainda, com o corpo cansado, tem o abraço mais apertado e verdadeiro que já senti. 

Um dia, vou sentir saudade desse abraço cheio de carne. Mas sei que terei sempre um abraço cheio de alma. Ele vai estar lá: no casamento que vai chegar, nos netos que vão nascer, nas dificuldades que vou passar. E até mesmo na cirurgia que, um dia, vai acontecer... 

Te amo, vô. Hoje, pra sempre, no sempre, no todo. Na alma.

                                           Os avós são as melhores companhias do sempre. Do todo...

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