19 de jan. de 2012

.:O AMOR NO GRANDE SERTÃO:.

 O DIABO NA RUA E FORA DO REDEMOINHO

Guimarães Rosa é meu escritor favorito. GRANDE SERTÃO:VEREDAS é um livro denso, difícil de ser absorvido...
Fazer uma peça sobre a estória de Riobaldo é algo extremamente complicado. Primeiro: é impossível contar tudo em apenas 50 ou 60 minutos. Segundo: o linguajar usado pelo Guimarães é de uma complexidade tamanha que, narrando, fica complicado. E terceiro: Recriar o ambiente imenso carece de ter qualquer criatividade...
E "O AMOR NO GRANDE SERTÃO" passa por todos estes problemas. Em cena, somente o "Riobaldo", narrando toda sua travessia, assim como no livro. Não fosse um detalhe: ele narra TUDO, todos os acontecimentos, deumaformalinearemuitorápida. Difícil, não? Muito, muitíssimo... Quem não conhece o grande Rosa, ficará perdido na narração. Quem conhece, fica nervoso. O público pensa que está ouvindo um audiobook de um resumo para vestibular.
Não há iluminação adequada, posição em cena, nada.
Algo de bom? O ator adquire o vocabulário Roseano e não se perde na dicção. Mas se perde nas palavras. Muitas ficam soltas, decoradas, mecânicas.
Uma cena? A última, quando ele narra a morte de Diadorim. Pena que a mocinha que trabalha no som começou a falar como se estivesse numa festa e acabou atrapalhando ator e platéia.
Recriar a obra do Rosa é tarefa difícil. E em apenas uma hora, é preciso escolher os melhores trecho e aprofundar. Não ser um mero clichê sem graça, frio e sem vida.

O AMOR NO GRANDE SERTÃO percence à Campanha de Popularização do Teatro e da Dança e fica em cartaz até dia 15 de fevereiro - terça e quarta, sempre às 19h, no Espaço Imaculada. Ingressos a venda nos Postos Sinparc.

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